A cigarra e a formiga by Berloque Holmes

“Era uma vez, uma formiguinha e uma cigarra muito amigas.

Durante todo o outono, a formiguinha , uma moreninha popozuda, trabalhou sem parar como uma camela, juntando comida para o período de vacas magras.

Não tomou sol, estava pálida e até meio verde .

Não fez happy hour , não tomou café com os amigos e nem estava por dentro do que acontecia nas novelas.

Enquanto isso, a cigarra , uma loirinha peituda e de pernas grossas,vivia cantando nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou nem um minuto sequer.

Cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu prá valer sem se preocupar com o filtro solar e até ganhou uns pés de galinha..

Então, passados alguns dias, começou a esfriar.

Era o inverno que estava começando.

A formiguinha, exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua toca, abarrotada de comida.

Mas , antes que ela tirasse o tênis que lhe apertava os pés ,alguém chamou seu nome, do lado de fora da toca.

Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu.

Sua amiga cigarra estava saltitante e com um enorme cabelão alisado com escova progressiva.

A cigarra disse para a formiguinha:

- Olá, amiga, vim convidar você para fazer uma dupla sertaneja!

- Vamos ficar milionárias e namorar todos os jogadores de futebol famosos.

- E a formiguinha respondeu:

- UAU! Mas nem sei cantar!

E a cigarra respondeu:

- Não se preocupe com a voz, com toda essa musculação que você faz pegando no pesado, é só colocar um shortinho bem cavado que vamos abafar!

Moral da História:

Um shortinho bem cavado e um corpão sarado fazem milagres.
La Fontaine não sabia de nada.

Berloque Holmes